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Guia Definitivo de Gestão Financeira para Crescimento Empresarial: Integração Financeira

  • Foto do escritor: Jociandre Barbosa
    Jociandre Barbosa
  • 21 de abr.
  • 24 min de leitura

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Continuação:


Integrando Finanças com Outras Áreas do Negócio (Gestão Financeira Inteligente)


Finanças e Marketing: métricas integradas e ROI


A integração eficaz entre a gestão financeira e o marketing é um dos maiores diferenciais competitivos para empresas em crescimento. Quando estas duas áreas trabalham em silos, decisões de marketing são frequentemente baseadas em métricas de vaidade, enquanto finanças foca apenas em controle de custos. A verdadeira transformação ocorre quando ambas as áreas desenvolvem uma linguagem comum e métricas integradas.


Desafios da Integração Finanças-Marketing


Antes de explorar soluções, é importante compreender os desafios típicos:


  1. Horizontes temporais diferentes

    • Marketing frequentemente trabalha com impactos de médio/longo prazo

    • A gestão financeira tende a priorizar resultados de curto prazo

    • Exemplo: Investimentos em branding têm retorno difuso e de longo prazo


  2. Métricas não alinhadas

    • Marketing: impressões, engajamento, awareness, NPS

    • Gestão financeira: ROI, margem, fluxo de caixa, EBITDA

    • Falta de conexão clara entre métricas de cada área


  3. Atribuição de resultados

    • Dificuldade em isolar impacto específico de cada iniciativa

    • Múltiplos pontos de contato na jornada do cliente

    • Defasagem temporal entre ação de marketing e resultado financeiro


  4. Culturas organizacionais distintas

    • Marketing: criatividade, inovação, experimentação

    • Gestão financeira: precisão, controle, previsibilidade

    • Diferenças de linguagem e prioridades


"O maior desafio que enfrentamos na Natura foi conectar nossos investimentos em branding com resultados financeiros tangíveis. Enquanto marketing falava em 'fortalecimento da marca', a gestão financeira queria ver impacto direto nas vendas",

compartilha João Paulo Ferreira, CEO da Natura.


Framework para Integração Finanças-Marketing


Um framework eficaz para integração deve incluir:


1. Métricas Ponte (Bridge Metrics)


Métricas ponte são indicadores que conectam atividades de marketing com resultados financeiros, criando uma linguagem comum:


a) Customer Acquisition Cost (CAC)

  • Custo total de marketing e vendas / Número de novos clientes

  • Segmentação por canal, campanha e segmento de cliente

  • Benchmark: Varia por setor, mas deve ser significativamente menor que LTV


b) Customer Lifetime Value (LTV)

  • Valor presente de toda a margem gerada por um cliente durante seu relacionamento

  • Segmentação por canal de aquisição, cohort e segmento

  • Benchmark: Idealmente 3x maior que CAC para negócios B2C, 5x para B2B


c) Razão LTV/CAC

  • LTV dividido pelo CAC

  • Indicador-chave de sustentabilidade do modelo de aquisição

  • Benchmark: Mínimo de 3:1 para negócios saudáveis


d) Tempo de Payback do CAC

  • Tempo necessário para recuperar o investimento em aquisição

  • Calculado como: CAC / (Receita média mensal × Margem bruta)

  • Benchmark: Idealmente abaixo de 12 meses para B2B, 6 meses para B2C


e) Eficiência de Marketing

  • Receita incremental / Investimento em marketing

  • Medida em diferentes horizontes temporais (1, 3, 6, 12 meses)

  • Benchmark: Acima de 1,5x no curto prazo, 3x+ no longo prazo


"Na RD Station, transformamos nossa relação com finanças quando começamos a reportar CAC, LTV e payback por canal. De repente, não estávamos mais pedindo orçamento, mas sim investimento com retorno mensurável",

revela Eric Santos, cofundador da RD Station.


2. Orçamento Baseado em Resultados


Em vez do tradicional orçamento fixo anual, implementar um modelo dinâmico:


a) Base + Variável

  • Base: Orçamento mínimo garantido para atividades essenciais

  • Variável: Recursos adicionais baseados em performance comprovada

  • Exemplo: Base de R$500K/mês + até R$1M adicional se CAC se mantiver abaixo do limite


b) Teto de Eficiência vs. Teto de Valor

  • Substituir limites fixos por limites de eficiência

  • "Gaste quanto quiser, desde que o CAC fique abaixo de X"

  • Exemplo: Nubank expandiu investimento em marketing 10x em um ano mantendo métricas de eficiência


c) Orçamento Zero-Based por Iniciativa

  • Cada iniciativa justificada por métricas específicas

  • Revisões periódicas baseadas em resultados reais

  • Realocação ágil de recursos entre canais e campanhas


"No iFood, implementamos um modelo onde o orçamento de marketing não tinha teto fixo, mas sim métricas de eficiência. Se o time conseguisse manter o CAC e o tempo de payback dentro dos parâmetros, podiam escalar o investimento sem limites. Isso nos permitiu crescer muito mais rápido que a concorrência",

explica Fabricio Bloisi, CEO do iFood.


3. Atribuição Avançada de Marketing


Modelos sofisticados para conectar investimentos com resultados:


a) Modelos Multi-touch

  • Atribuição ponderada entre diferentes pontos de contato

  • Consideração de toda a jornada do cliente

  • Exemplo: Modelo posicional (40% primeiro contato, 40% último, 20% intermediários)


b) Modelagem Econométrica

  • Análise estatística para isolar impacto de variáveis específicas

  • Consideração de fatores externos (sazonalidade, concorrência)

  • Exemplo: Magazine Luiza utiliza modelagem para isolar impacto de TV vs. digital


c) Testes Incrementais

  • Experimentos controlados para medir impacto causal

  • Grupos de teste vs. controle em diferentes regiões ou segmentos

  • Exemplo: Stone realiza testes geo-controlados para medir lift incremental


"Na 99, implementamos um modelo de atribuição baseado em machine learning que considerava mais de 50 variáveis para determinar o impacto real de cada canal. Isso nos permitiu identificar que estávamos subestimando o retorno de TV em 40% e superestimando alguns canais digitais",

compartilha Paulo Veras, fundador da 99.


4. Dashboards Integrados Finanças-Marketing


Visualizações que conectam atividades de marketing com resultados financeiros:


a) Visão Unificada de Performance

  • Métricas de marketing e financeiras lado a lado

  • Correlações e tendências destacadas visualmente

  • Atualização em tempo real ou near-real-time


b) Análise de Cohort Financeira

  • Acompanhamento do comportamento financeiro de clientes ao longo do tempo

  • Segmentação por canal de aquisição, campanha, período

  • Projeção de valor futuro baseada em padrões históricos


c) Simuladores de Cenário

  • Modelagem de diferentes alocações de investimento

  • Projeção de impacto financeiro de curto e longo prazo

  • Análise de sensibilidade para variáveis-chave


"Na XP Inc., desenvolvemos um dashboard unificado que nosso CMO e CFO revisam juntos semanalmente. Ele mostra desde métricas de funil até projeções financeiras de longo prazo, permitindo decisões verdadeiramente integradas",

revela Bruno Constantino, CFO da XP Inc.


Implementação Prática: Integrando Finanças e Marketing


Para implementar esta integração na prática e maximizar os resultados da gestão financeira empresarial:


1. Estabeleça uma Linguagem Comum


a) Glossário compartilhado

  • Definições claras e consensuais de todas as métricas

  • Documentação acessível a ambas as equipes

  • Revisão periódica para garantir alinhamento contínuo


b) Treinamento cruzado

  • Profissionais de marketing aprendem conceitos financeiros básicos

  • Profissionais de finanças compreendem fundamentos de marketing

  • Workshops conjuntos para desenvolvimento de visão compartilhada


c) Rituais de alinhamento

  • Reuniões regulares entre lideranças de finanças e marketing

  • Revisões conjuntas de performance e planejamento

  • Celebração compartilhada de sucessos


"Na Movile, implementamos um programa chamado 'Marketing Finance Academy', onde profissionais de marketing passavam por treinamento intensivo em finanças e vice-versa. O resultado foi uma redução de 70% nos conflitos entre as áreas e decisões muito mais ágeis",

compartilha Fabricio Bloisi, fundador da Movile.


2. Implemente Processos Integrados


a) Planejamento conjunto

  • Desenvolvimento colaborativo de planos e orçamentos

  • Definição consensual de metas e KPIs

  • Cenários compartilhados de melhor/pior caso


b) Revisões de performance integradas

  • Análise conjunta de resultados vs. plano

  • Identificação colaborativa de causas-raiz de desvios

  • Decisões consensuais sobre ajustes de curso


c) Gestão financeira com investimentos ágeis

  • Processo claro para realocação de recursos

  • Critérios objetivos baseados em performance

  • Ciclos curtos de feedback e ajuste


"Na Stone, transformamos nosso processo orçamentário de marketing: em vez de definir valores fixos anualmente, estabelecemos metas de eficiência e revisamos alocações mensalmente com base em resultados reais. Isso nos permitiu responder muito mais rapidamente a oportunidades e ameaças",

revela André Street, cofundador da Stone.


3. Desenvolva Infraestrutura Tecnológica Adequada


a) Integração de sistemas

  • Conexão entre plataformas de marketing e sistemas financeiros

  • Single source of truth para dados compartilhados

  • Automação de relatórios e análises


b) Ferramentas de atribuição

  • Implementação de soluções de atribuição avançada

  • Capacidade de testar diferentes modelos

  • Validação contínua com experimentos controlados


c) Visualização integrada

  • Dashboards que combinam métricas de ambas as áreas

  • Acessíveis a stakeholders relevantes

  • Capacidade de drill-down para análises detalhadas


"No Magazine Luiza, investimos significativamente em nossa infraestrutura de dados para conectar comportamento do cliente, atividades de marketing e resultados financeiros. Isso nos permitiu identificar que alguns investimentos que pareciam ineficientes no curto prazo geravam 3x mais valor no longo prazo",

compartilha Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza.


Casos de Sucesso: Integração Finanças-Marketing

Caso 1: Nubank


  • Desafio: Escalar aquisição de clientes mantendo eficiência

  • Solução: Modelo de "CAC Ceiling" em vez de orçamento fixo

  • Implementação: Finanças definiu limite máximo de CAC e tempo de payback, marketing tinha liberdade para investir quanto quisesse dentro desses parâmetros

  • Resultado: Crescimento de base de clientes de 3 para 20 milhões em 3 anos mantendo métricas de eficiência


Caso 2: Stone


  • Desafio: Otimizar mix de canais de aquisição

  • Solução: Modelo de atribuição avançado com experimentos geo-controlados

  • Implementação: Testes em cidades-espelho para isolar impacto causal de cada canal

  • Resultado: Redução de 30% no CAC médio e identificação de canais subvalorizados


Caso 3: RD Station


  • Desafio: Justificar investimentos em conteúdo e SEO

  • Solução: Análise de cohort por canal com horizonte estendido

  • Implementação: Acompanhamento de clientes por 36 meses segmentados por canal de origem

  • Resultado: Comprovação que clientes originados de conteúdo tinham LTV 2,5x maior, justificando maior investimento


"A verdadeira magia acontece quando marketing e finanças deixam de ser adversários e se tornam parceiros estratégicos. Na RD Station, essa integração foi um dos principais fatores que nos permitiu crescer de forma sustentável e nos preparar para a aquisição pela TOTVS",

conclui Eric Santos, cofundador da RD Station.


Gestão Financeira e Vendas: incentivos alinhados com saúde financeira


A integração entre finanças e vendas é frequentemente marcada por tensões: enquanto vendas busca maximizar receita e conquistar clientes, finanças preocupa-se com margens, qualidade da receita e saúde financeira de longo prazo. Empresas em crescimento que conseguem alinhar estas áreas criam uma poderosa vantagem competitiva.


Desalinhamentos Comuns e Seus Impactos


Antes de explorar soluções, é importante identificar os desalinhamentos típicos:


  1. Foco em volume vs. qualidade

    • Vendas incentivada a maximizar número/valor de contratos

    • Finanças preocupada com rentabilidade e sustentabilidade

    • Resultado: Aquisição de clientes não ideais com alto custo de servir e baixa rentabilidade


  2. Horizonte temporal divergente

    • Vendas orientada para resultados do período atual (mês/trimestre)

    • Finanças preocupada com impactos de longo prazo

    • Resultado: Decisões que comprometem resultados futuros para atingir metas imediatas


  3. Descontos vs. preservação de margem

    • Vendas utiliza descontos como ferramenta para fechar negócios

    • Finanças busca manter disciplina de preços e margens saudáveis

    • Resultado: Erosão gradual de preços e condicionamento do mercado a esperar descontos


  4. Termos comerciais vs. fluxo de caixa

    • Vendas oferece condições flexíveis para facilitar fechamento

    • Finanças preocupada com impacto no capital de giro

    • Resultado: Pressão sobre fluxo de caixa e aumento de inadimplência


"Na Totvs, percebemos que nosso time de vendas estava fechando contratos que pareciam ótimos no papel, mas tinham custo de implementação e suporte tão altos que se tornavam deficitários ao longo do tempo. Era uma receita que, na verdade, destruía valor",

compartilha Dennis Herszkowicz, CEO da Totvs.


Estratégias para Alinhamento Finanças-Vendas


1. Redesenho de Incentivos e Comissionamento


O sistema de remuneração variável é a ferramenta mais poderosa para alinhar comportamentos:


a) Comissão baseada em margem, não apenas receita

  • Percentual da margem bruta em vez de percentual da receita

  • Taxas progressivas para margens mais altas

  • Exemplo: 5% de comissão para vendas com margem de 30%, 8% para margem de 40%+


b) Componentes de qualidade na remuneração variável

  • Parte da comissão atrelada a indicadores como:

    • Taxa de renovação/churn dos clientes adquiridos

    • NPS ou satisfação dos clientes

    • Aderência a processos (qualidade de dados, documentação)

  • Exemplo: 70% da comissão no fechamento, 30% após 90 dias baseado em indicadores de qualidade


c) Clawback para problemas pós-venda

  • Mecanismo de devolução parcial de comissão em caso de:

    • Cancelamento prematuro

    • Inadimplência

    • Problemas de implementação por expectativas mal gerenciadas

  • Exemplo: Devolução de 50% da comissão se cliente cancelar nos primeiros 3 meses


d) Reconhecimento de receita alinhado com realidade financeira

  • Comissão paga conforme reconhecimento contábil da receita

  • Consideração de riscos de implementação e cobrança

  • Exemplo: Para contratos complexos, comissão distribuída ao longo da implementação


"Na RD Station, redesenhamos completamente nosso modelo de comissionamento para incluir não apenas valor do contrato, mas também margem, duração e saúde do cliente. O resultado foi uma redução de 40% no churn e aumento de 25% no LTV médio",

revela Eric Santos, cofundador da RD Station.


2. Governança de Preços e Descontos


Estruturas que equilibram flexibilidade comercial com disciplina financeira:


a) Política de descontos escalonada

  • Limites claros de autoridade por nível hierárquico

  • Processo estruturado para exceções

  • Exemplo: Vendedores podem oferecer até 10%, gerentes até 15%, diretor até 20%, exceções acima disso via comitê


b) Descontos vinculados a contrapartidas

  • Concessões comerciais sempre atreladas a benefícios para a empresa

  • Exemplos de contrapartidas:

    • Contrato mais longo

    • Pagamento antecipado

    • Case de sucesso/referência

    • Volume mínimo garantido


c) Análise de rentabilidade em tempo real

  • Ferramentas que mostram impacto de descontos na margem

  • Simuladores disponíveis para equipe comercial

  • Alertas automáticos para propostas abaixo de parâmetros mínimos


d) Comitê de exceções eficiente

  • Processo ágil para análise de casos especiais

  • Critérios claros de decisão

  • Documentação de justificativas e aprendizados


"Na Stone, implementamos um 'Simulador de Rentabilidade' que permite ao vendedor ver em tempo real como cada desconto ou condição especial afeta a margem e sua própria comissão. Isso criou consciência financeira sem engessamento",

compartilha André Street, cofundador da Stone.


3. Segmentação Estratégica de Clientes


Abordagem diferenciada baseada no valor potencial:


a) Segmentação por valor vitalício potencial

  • Classificação de clientes/prospects por LTV esperado

  • Alocação de recursos comerciais proporcional ao valor

  • Processos e autonomias diferenciados por segmento


b) Custo de aquisição diferenciado por segmento

  • CAC máximo definido com base no LTV esperado

  • Investimento comercial alinhado com retorno projetado

  • Exemplo: CAC limite de R$5.000 para segmento A, R$2.000 para segmento B


c) Equipes especializadas por perfil de cliente

  • Times comerciais dedicados a segmentos específicos

  • Treinamento e ferramentas adaptados a cada contexto

  • Metas e incentivos customizados por segmento


d) Processos de qualificação financeira

  • Análise prévia de adequação financeira do prospect

  • Critérios claros de go/no-go baseados em potencial de valor

  • Ferramentas para priorização de oportunidades


"No iFood, criamos times comerciais específicos para diferentes segmentos de restaurantes, cada um com metas, processos e incentivos próprios. O time focado em grandes redes tinha metas de receita total, enquanto o time de pequenos restaurantes era medido por volume e eficiência de aquisição",

explica Fabricio Bloisi, CEO do iFood.


4. Processos Colaborativos Finanças-Vendas


Estruturas que promovem trabalho conjunto e visão compartilhada:


a) Planejamento integrado de território e pipeline

  • Definição conjunta de metas por região/segmento

  • Análise colaborativa de potencial de mercado

  • Alocação de recursos baseada em ROI projetado


b) Revisões periódicas de performance

  • Reuniões regulares entre lideranças de vendas e finanças

  • Análise não apenas de volume, mas de qualidade da receita

  • Ajustes táticos baseados em insights compartilhados


c) Business partners financeiros dedicados

  • Profissionais de finanças como parceiros da área comercial

  • Suporte à tomada de decisão e análise de oportunidades

  • Ponte entre necessidades comerciais e disciplina financeira


d) Rituais de forecast colaborativo

  • Processo estruturado de previsão de vendas

  • Inputs de ambas as áreas

  • Responsabilidade compartilhada pela acurácia


"Na XP Inc., implementamos o conceito de 'Financial Business Partners', profissionais de finanças dedicados a trabalhar lado a lado com as equipes comerciais. Eles participam de reuniões de pipeline, ajudam a estruturar propostas complexas e garantem que decisões comerciais considerem impactos financeiros de longo prazo",

revela Bruno Constantino, CFO da XP Inc.


5. Tecnologia e Dados como Facilitadores


Ferramentas que suportam decisões baseadas em valor:


a) CRM com componentes financeiros integrados

  • Visibilidade de margens e rentabilidade no nível da oportunidade

  • Alertas para propostas fora de parâmetros

  • Tracking de métricas financeiras por vendedor/equipe


b) Scorecards de qualidade de venda

  • Avaliação multidimensional de cada negócio fechado

  • Métricas além do valor: margem, prazo, risco, expansibilidade

  • Feedback regular para equipe comercial


c) Análise preditiva de valor de cliente

  • Modelos que estimam LTV potencial de cada prospect

  • Identificação precoce de red flags de rentabilidade

  • Recomendações de abordagem baseadas em perfil


d) Dashboards unificados

  • Visão integrada de métricas comerciais e financeiras

  • Acessíveis a ambas as equipes

  • Base comum para discussões e decisões


"Na Conta Azul, desenvolvemos um 'Customer Value Score' que avalia cada cliente potencial em múltiplas dimensões financeiras. Isso permite que nossos vendedores priorizem oportunidades não apenas pelo valor imediato, mas pelo potencial de criação de valor ao longo do tempo",

compartilha Vinicius Roveda, fundador da Conta Azul.


Casos de Sucesso: Integração Finanças-Vendas


Caso 1: Stone


  • Desafio: Equilibrar crescimento acelerado com rentabilidade

  • Solução: Modelo de comissionamento baseado em margem de contribuição

  • Implementação: Comissão calculada como percentual da margem, não da receita, com multiplicadores para produtos de maior rentabilidade

  • Resultado: Crescimento de 70% na base de clientes com aumento simultâneo de 3 pontos percentuais na margem


Caso 2: Conta Azul


  • Desafio: Reduzir churn e aumentar LTV

  • Solução: Sistema de clawback e comissão estendida

  • Implementação: 60% da comissão no fechamento, 40% distribuídos nos primeiros 6 meses condicionados à saúde do cliente

  • Resultado: Redução de 35% no churn precoce e melhoria significativa na qualidade da base


Caso 3: Loggi


  • Desafio: Focar aquisição em clientes mais rentáveis

  • Solução: Segmentação estratégica com CAC diferenciado

  • Implementação: Classificação de prospects em 3 tiers com diferentes limites de investimento comercial

  • Resultado: Aumento de 45% no LTV médio dos novos clientes com mesmo investimento total em aquisição


"O alinhamento entre vendas e finanças não significa que finanças dita as regras ou que vendas tem liberdade total. Significa que ambas as áreas compartilham os mesmos objetivos e métricas de sucesso, criando um ciclo virtuoso onde vendas gera receita de qualidade e finanças fornece insights para vendas mais inteligentes",

conclui André Street, cofundador da Stone.


Gestão financeira e Operações: eficiência e produtividade


A integração entre finanças e operações é fundamental para empresas em crescimento, pois permite equilibrar a eficiência operacional com a capacidade de escalar rapidamente. Quando estas áreas trabalham de forma isolada, frequentemente surgem conflitos entre controle de custos e capacidade de entrega, prejudicando tanto a experiência do cliente quanto os resultados financeiros.


Desafios da Integração Finanças-Operações


Os principais desafios desta integração incluem:


  1. Balanceamento entre eficiência e resiliência

    • Finanças busca otimização e redução de custos

    • Operações precisa de redundâncias e folgas para garantir continuidade

    • Resultado: Tensão entre corte de custos e capacidade de absorver variações de demanda


  2. Investimentos em capacidade vs. utilização

    • Gestão financeira prioriza alta utilização de ativos e recursos

    • Operações necessita capacidade para crescimento e picos

    • Resultado: Conflito entre dimensionamento ótimo e capacidade de crescimento


  3. Métricas de curto vs. longo prazo

    • A Gestão financeira frequentemente foca em resultados trimestrais

    • Operações precisa de visão de longo prazo para investimentos estruturais

    • Resultado: Subinvestimento em melhorias que trariam retorno apenas no longo prazo


  4. Alocação de custos e responsabilidades

    • Dificuldade em atribuir corretamente custos operacionais

    • Falta de clareza sobre ownership de resultados

    • Resultado: Decisões subótimas por informações incompletas ou distorcidas


"Na Loggi, inicialmente tínhamos uma tensão constante: finanças pressionava por alta utilização da frota, enquanto operações argumentava pela necessidade de capacidade para picos. Só quando desenvolvemos um modelo conjunto de planejamento de capacidade conseguimos otimizar verdadeiramente nossos recursos",

compartilha Fabien Mendez, fundador da Loggi.


Estratégias para Alinhamento Finanças-Operações


1. Modelagem Financeira-Operacional Integrada


Modelos que conectam decisões operacionais com impactos financeiros:


a) Modelos de trade-off custo-nível de serviço

  • Quantificação do impacto financeiro de diferentes níveis de serviço

  • Análise de custo de falhas vs. custo de redundâncias

  • Exemplo: Modelo que calcula o custo de cada ponto percentual de disponibilidade


b) Simulação de cenários operacionais

  • Modelagem de diferentes configurações operacionais

  • Projeção de impactos financeiros de curto e longo prazo

  • Exemplo: Simulação de centralização vs. descentralização de operações


c) Análise de sensibilidade de variáveis operacionais

  • Identificação de drivers com maior impacto financeiro

  • Priorização de iniciativas baseada em ROI

  • Exemplo: Quantificação do impacto de cada 1% de melhoria em diferentes métricas


d) Modelos de custo total de propriedade (TCO)

  • Visão completa de custos ao longo do ciclo de vida

  • Consideração de custos diretos e indiretos

  • Exemplo: Análise make vs. buy considerando todos os custos relevantes


"No iFood, desenvolvemos um modelo que quantifica o impacto financeiro de cada minuto de atraso na entrega. Isso nos permitiu tomar decisões muito mais embasadas sobre investimentos em logística, balanceando custo e experiência do cliente",

explica Fabricio Bloisi, CEO do iFood.


2. Métricas Integradas de Performance


Indicadores que conectam eficiência operacional e resultados financeiros:


a) Custo por unidade de serviço

  • Métricas granulares de custo por transação/atividade

  • Segmentação por tipo de serviço, cliente, região

  • Exemplo: Custo por entrega, por atendimento, por transação processada


b) Produtividade de ativos e recursos

  • Receita/margem por ativo, por funcionário, por m²

  • Análise de tendências e benchmarks

  • Exemplo: Receita por veículo, margem por funcionário operacional


c) Qualidade com dimensão financeira

  • Custo da não-qualidade (retrabalho, devoluções, multas)

  • ROI de iniciativas de melhoria de qualidade

  • Exemplo: Impacto financeiro de cada ponto de NPS ou CSAT


d) Eficiência de capital operacional

  • Retorno sobre ativos operacionais

  • Ciclo de conversão de caixa operacional

  • Exemplo: ROIC de diferentes configurações operacionais


"Na Ambev, transformamos a forma como medimos performance operacional ao introduzir o conceito de 'Custo por Hectolitro Servido', que considera não apenas produção, mas toda a cadeia até o cliente. Isso criou uma linguagem comum entre finanças e operações",

compartilha Carlos Brito, ex-CEO da Ambev e da AB InBev.


3. Orçamento Baseado em Drivers Operacionais


Abordagem que conecta atividades operacionais com necessidades financeiras:


a) Orçamento baseado em atividades (ABB)

  • Construção do orçamento a partir de drivers operacionais

  • Conexão clara entre volume, mix e recursos necessários

  • Exemplo: Recursos alocados com base em previsão de transações, não percentuais arbitrários


b) Modelos flexíveis de orçamento

  • Adaptação automática a variações de volume e mix

  • Distinção clara entre custos fixos e variáveis

  • Exemplo: Fórmulas que ajustam orçamento conforme variações de demanda


c) Planejamento integrado de capacidade

  • Visão unificada de demanda, capacidade e finanças

  • Processo colaborativo de S&OP (Sales & Operations Planning)

  • Exemplo: Decisões de investimento baseadas em projeções consensuais


d) Orçamento para melhoria contínua

  • Recursos dedicados a iniciativas de produtividade

  • Metas claras de retorno para investimentos em eficiência

  • Exemplo: Budget específico para projetos com payback definido


"Na Natura, implementamos um modelo de 'Orçamento Dinâmico' que se ajusta automaticamente conforme variações de volume e mix de produtos. Isso eliminou discussões improdutivas sobre variações orçamentárias e permitiu que operações e finanças focassem em otimização real",

revela João Paulo Ferreira, CEO da Natura.


4. Governança Colaborativa


Estruturas que promovem decisões conjuntas e alinhadas:


a) Comitê de eficiência operacional

  • Fórum regular com participação de finanças e operações

  • Análise conjunta de performance e oportunidades

  • Decisões consensuais sobre investimentos e melhorias


b) Processo estruturado de S&OP

  • Ciclo mensal de planejamento integrado

  • Alinhamento entre vendas, operações e finanças

  • Decisões baseadas em cenários financeiro-operacionais


c) Business partners financeiros em operações

  • Profissionais de finanças dedicados à área operacional

  • Suporte à tomada de decisão com visão financeira

  • Tradução de impactos operacionais em linguagem financeira


d) Rituais de análise de variância (variance analysis)

  • Revisão estruturada de desvios vs. plano

  • Identificação conjunta de causas-raiz

  • Planos de ação colaborativos


"Na Movile, implementamos um ritual quinzenal chamado 'Ops-Fin Review', onde operações e finanças analisam juntos os principais KPIs e tomam decisões sobre alocação de recursos. Isso criou uma cultura de co-responsabilidade pelos resultados",

compartilha Fabricio Bloisi, fundador da Movile.


5. Tecnologia como Facilitadora


Ferramentas que suportam a integração:


a) Sistemas integrados de gestão

  • ERP com módulos financeiros e operacionais conectados

  • Fluxo contínuo de informações entre áreas

  • Exemplo: SAP com módulos de finanças e operações compartilhando mesma base de dados


b) Business Intelligence integrado

  • Dashboards que combinam métricas operacionais e financeiras

  • Capacidade de drill-down do financeiro para o operacional

  • Exemplo: Power BI com visões customizadas para diferentes stakeholders


c) Ferramentas de simulação e otimização

  • Modelagem de cenários operacionais com impacto financeiro

  • Algoritmos de otimização para decisões complexas

  • Exemplo: Simuladores de rede logística com dimensão financeira


d) IoT e analytics avançado

  • Sensores e dispositivos conectados gerando dados operacionais

  • Análise em tempo real com impacto financeiro calculado

  • Exemplo: Monitoramento de equipamentos com alertas baseados em custo


"No Magazine Luiza, implementamos um 'Digital Twin' de nossas operações logísticas que permite simular diferentes configurações e ver o impacto financeiro em tempo real. Isso transformou discussões abstratas em decisões baseadas em dados",

compartilha Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza.


Casos de Sucesso: Integração Finanças-Operações


Caso 1: iFood


  • Desafio: Otimizar investimento em logística própria vs. entregadores parceiros

  • Solução: Modelo integrado de custo-nível de serviço

  • Implementação: Simulação de diferentes configurações de frota com impactos em tempo de entrega e custos

  • Resultado: Redução de 15% no custo por entrega mantendo mesmo nível de serviço


Caso 2: Natura


  • Desafio: Balancear eficiência de produção com flexibilidade para lançamentos

  • Solução: Orçamento baseado em drivers com buffer estratégico

  • Implementação: Modelo que aloca recursos baseado em volume e complexidade, com reserva para inovação

  • Resultado: Aumento de 20% na produtividade mantendo capacidade de resposta a novos produtos


Caso 3: Loggi


  • Desafio: Dimensionar capacidade logística para crescimento

  • Solução: Processo integrado de S&OP com dimensão financeira

  • Implementação: Ciclo mensal de planejamento com participação de vendas, operações e finanças

  • Resultado: Redução de 30% em custos de ociosidade e praticamente eliminação de gargalos operacionais


"A verdadeira integração entre finanças e operações não significa apenas controle de custos mais eficaz, mas sim uma abordagem holística onde decisões operacionais são tomadas com plena consciência do impacto financeiro, e decisões financeiras consideram completamente as realidades operacionais",

conclui Fabien Mendez, fundador da Loggi.


Gestão financeira e Recursos Humanos: crescimento do time vs. saúde financeira

O alinhamento entre finanças e recursos humanos é particularmente crítico para empresas em crescimento, que frequentemente precisam expandir seus times rapidamente enquanto mantêm disciplina financeira. Quando estas áreas operam isoladamente, surgem desafios como contratações desalinhadas com capacidade financeira, estruturas de remuneração insustentáveis ou subinvestimento em talentos estratégicos.


Desafios da Integração Finanças-RH


Os principais desafios desta integração incluem:


  1. Timing de contratações vs. disponibilidade financeira

    • RH pressiona por contratações antecipadas para preparar crescimento

    • A gestão financeira prefere postergar despesas até confirmação de receita

    • Resultado: Gargalos de capacidade ou custos prematuros


  2. Competitividade salarial vs. sustentabilidade financeira

    • RH busca pacotes competitivos para atrair e reter talentos

    • A gestão financeira preocupa-se com escalabilidade da estrutura de custos

    • Resultado: Dificuldade em atrair talentos ou comprometimento de margens


  3. Investimento em desenvolvimento vs. retorno tangível

    • RH defende investimentos em treinamento e desenvolvimento

    • A gestão financeira questiona ROI de iniciativas "soft"

    • Resultado: Subinvestimento em capacitação ou recursos mal alocados


  4. Estrutura organizacional vs. eficiência financeira

    • RH projeta estrutura para suportar crescimento futuro

    • A gestão financeira analisa produtividade e eficiência atual

    • Resultado: Estrutura subdimensionada ou custos excessivos


"Na Nubank, um dos nossos maiores desafios foi equilibrar a necessidade de contratar rapidamente para suportar nosso hipercrescimento com a disciplina financeira necessária para manter nossa trajetória rumo à rentabilidade",

compartilha David Vélez, fundador e CEO do Nubank.


Estratégias para Alinhamento Finanças-RH


1. Planejamento Integrado de Força de Trabalho


Abordagem que conecta necessidades de talentos com realidade financeira:


a) Modelagem de headcount baseada em drivers de negócio

  • Conexão direta entre KPIs operacionais e necessidades de pessoal

  • Fórmulas claras que relacionam volume/complexidade com FTEs

  • Exemplo: Modelo que calcula necessidade de desenvolvedores com base em story points ou engenheiros de suporte por número de tickets


b) Cenários financeiros de crescimento de time

  • Projeções financeiras para diferentes trajetórias de contratação

  • Análise de sensibilidade para variáveis-chave

  • Exemplo: Impacto de acelerar vs. desacelerar contratações em diferentes áreas


c) Priorização estratégica de posições

  • Classificação de roles por impacto no negócio

  • Sequenciamento de contratações baseado em ROI

  • Exemplo: Framework que categoriza posições como "crescimento", "eficiência" ou "risco"


d) Planejamento de capacidade com buffers estratégicos

  • Alocação intencional de folgas em áreas críticas

  • Quantificação do custo vs. benefício de redundâncias

  • Exemplo: Capacidade extra planejada em engenharia para oportunidades não previstas


"Na 99, desenvolvemos um modelo que chamamos de 'Capacity Planning Dinâmico', que conectava diretamente métricas de negócio como número de corridas, tickets de suporte e features em desenvolvimento com necessidades de headcount. Isso nos permitiu crescer de 400 para 2.000 pessoas em 18 meses de forma sustentável",

revela Paulo Veras, fundador da 99.


2. Estruturas de Remuneração Financeiramente Sustentáveis


Modelos que alinham competitividade com saúde financeira:


a) Composição estratégica de remuneração

  • Balanceamento entre salário fixo, variável e equity

  • Adaptação por nível, área e momento da empresa

  • Exemplo: Maior componente variável em vendas, maior equity em tecnologia


b) Remuneração variável conectada a resultados financeiros

  • KPIs de performance alinhados com saúde financeira

  • Gatilhos financeiros para ativação de bônus

  • Exemplo: Parte do bônus atrelada a métricas como EBITDA, margem ou eficiência


c) Modelos de equity com vesting estratégico

  • Estruturas que alinham retenção com marcos financeiros

  • Aceleração condicionada a resultados

  • Exemplo: Vesting que acelera com atingimento de metas financeiras


d) Benefícios com análise de ROI

  • Avaliação de impacto de cada benefício em atração/retenção

  • Priorização baseada em custo-benefício

  • Exemplo: Pesquisas para identificar benefícios mais valorizados vs. custo


"Na XP Inc., criamos um modelo onde 100% dos colaboradores têm parte significativa da remuneração atrelada a resultados financeiros da empresa. Isso criou um alinhamento natural entre decisões individuais e saúde financeira coletiva",

compartilha Guilherme Benchimol, fundador da XP Inc.


3. Métricas Integradas de Produtividade e ROI de Pessoas


Indicadores que conectam investimento em pessoas com retorno financeiro:


a) Produtividade por função e departamento

  • Métricas específicas por área (ex: receita/headcount em vendas, tickets/headcount em suporte)

  • Benchmarks internos e externos

  • Análise de tendências ao longo do tempo


b) Custo total por colaborador

  • Visão completa além do salário (benefícios, espaço, equipamentos, etc.)

  • Segmentação por nível, área e localização

  • Comparação com valor gerado


c) ROI de contratações

  • Acompanhamento de performance vs. custo de aquisição

  • Tempo para break-even de novas contratações

  • Análise de sucesso por fonte de recrutamento


d) Métricas de retenção com dimensão financeira

  • Custo de rotatividade por posição

  • Valor retido vs. perdido em saídas

  • Impacto financeiro de programas de retenção


"Na Stone, desenvolvemos um dashboard que mostra o 'Valor por Colaborador' em cada área, combinando métricas de produtividade com custo total. Isso nos permitiu identificar onde estávamos sub ou sobre-investindo em talentos",

revela André Street, cofundador da Stone.


4. Governança Colaborativa Finanças-RH


Estruturas que promovem decisões conjuntas e alinhadas:


a) Comitê de pessoas e performance

  • Fórum regular com participação de finanças e RH

  • Análise integrada de métricas de pessoas e financeiras

  • Decisões consensuais sobre investimentos em talentos


b) Processo conjunto de planejamento de headcount

  • Ciclo estruturado com inputs de todas as áreas

  • Validação financeira de planos de crescimento

  • Revisões periódicas e ajustes baseados em resultados


c) Business partners financeiros para RH

  • Profissionais de finanças dedicados a questões de pessoas

  • Suporte à modelagem financeira de iniciativas de RH

  • Tradução de impactos de pessoas em linguagem financeira


d) Rituais de revisão de produtividade

  • Análise regular de métricas de eficiência por área

  • Identificação conjunta de oportunidades de otimização

  • Planos de ação colaborativos


"Na RD Station, implementamos um ritual trimestral chamado 'People Investment Review', onde RH e finanças analisam juntos o retorno de cada área em relação ao investimento em pessoas. Isso nos permitiu tomar decisões muito mais embasadas sobre onde acelerar ou desacelerar contratações",

compartilha Eric Santos, cofundador da RD Station.


5. Tecnologia e Dados como Facilitadores


Ferramentas que suportam decisões baseadas em valor:


a) HRIS com dimensão financeira

  • Sistemas de RH que incorporam dados de custo e valor

  • Visibilidade de métricas financeiras para gestores

  • Exemplo: Workday com módulos de planejamento financeiro integrados


b) Analytics avançado de força de trabalho

  • Análise preditiva de necessidades de contratação

  • Modelagem de cenários de crescimento

  • Identificação de padrões de produtividade


c) Ferramentas de planejamento de capacidade

  • Simulação de diferentes configurações de time

  • Projeção de impactos financeiros

  • Otimização de alocação de recursos


d) Dashboards integrados pessoas-finanças

  • Visualização unificada de métricas de RH e financeiras

  • Acessíveis a lideranças de ambas as áreas

  • Base comum para discussões e decisões


"No iFood, desenvolvemos uma ferramenta proprietária chamada 'Capacity Planner' que permite aos gestores simular diferentes cenários de crescimento de time e ver o impacto financeiro em tempo real. Isso democratizou decisões que antes eram centralizadas em finanças",

explica Fabricio Bloisi, CEO do iFood.


Casos de Sucesso: Integração Finanças-RH


Caso 1: Nubank


  • Desafio: Escalar time rapidamente mantendo eficiência financeira

  • Solução: Modelo de "Capacity Triggers" baseado em métricas de negócio

  • Implementação: Fórmulas que autorizam novas contratações automaticamente quando certos gatilhos de volume são atingidos

  • Resultado: Crescimento de 500 para 3.000 funcionários em 2 anos com melhoria contínua em eficiência operacional


Caso 2: Stone


  • Desafio: Criar estrutura de remuneração competitiva e sustentável

  • Solução: Modelo de compensação com forte componente variável atrelado a resultados

  • Implementação: Pacotes com salário-base na mediana do mercado, mas potencial total acima do percentil 75 via variável

  • Resultado: Capacidade de atrair talentos top com estrutura de custos que escala com resultados


Caso 3: Conta Azul


  • Desafio: Otimizar investimento em diferentes áreas

  • Solução: Framework de priorização baseado em impacto no negócio

  • Implementação: Categorização de todas as posições em "crescimento", "eficiência" ou "risco", com orçamento alocado estrategicamente

  • Resultado: Aumento de 40% na produtividade média por colaborador em 18 meses


"A integração entre a gestão financeira e o RH não significa apenas controle de custos com pessoas, mas uma visão estratégica onde o investimento em talentos é visto como alavanca de crescimento e diferenciação. Quando estas áreas trabalham juntas, a empresa consegue simultaneamente atrair os melhores talentos e manter saúde financeira",

conclui David Vélez, fundador e CEO do Nubank.


CONCLUSÃO


Gestão Financeira como Alicerce do Crescimento Sustentável

Ao longo deste guia abrangente, exploramos como a gestão financeira transcende o papel tradicional de controle e registro para se tornar um verdadeiro motor estratégico de crescimento empresarial. Da estruturação de sistemas financeiros escaláveis à implementação de indicadores estratégicos, da gestão de fluxo de caixa à precificação baseada em valor, da integração cross-funcional à captação estratégica de recursos – cada dimensão da gestão financeira moderna representa uma oportunidade de construir vantagem competitiva sustentável.


A Evolução da Função Financeira


A jornada que percorremos neste guia reflete a própria evolução da função financeira nas organizações mais bem-sucedidas do Brasil e do mundo:


De função operacional para parceiro estratégico

  • Superando a visão limitada de finanças como "departamento de números"

  • Estabelecendo finanças como catalisador de decisões estratégicas

  • Transformando dados financeiros em insights acionáveis


De controladora para habilitadora

  • Evoluindo do paradigma de controle para o de viabilização

  • Equilibrando prudência financeira com ambição de crescimento

  • Desenvolvendo estruturas que permitem, não restringem


De reativa para proativa

  • Antecipando necessidades futuras em vez de apenas responder a crises

  • Construindo resiliência financeira para navegar incertezas

  • Identificando oportunidades antes que se tornem evidentes


"A verdadeira transformação ocorre quando finanças deixa de ser vista como departamento que diz 'não' para se tornar parceiro que viabiliza o 'sim' de forma sustentável",

resume Guilherme Benchimol, fundador da XP Inc.


Princípios Fundamentais para Gestão Financeira Transformadora


Ao sintetizar as práticas e insights compartilhados por líderes empresariais brasileiros ao longo deste guia, emergem cinco princípios fundamentais que caracterizam abordagens verdadeiramente transformadoras:


1. Integração Estratégica


A gestão financeira eficaz não existe isoladamente, mas permeia todas as dimensões do negócio:

  • Alinhamento explícito entre objetivos financeiros e estratégia corporativa

  • Participação ativa de finanças em decisões estratégicas desde concepção

  • Tradução de visão de longo prazo em métricas e marcos financeiros tangíveis


2. Orientação para Valor


Foco implacável na criação de valor sustentável, não apenas resultados de curto prazo:

  • Priorização de decisões que maximizam valor no longo prazo

  • Compreensão profunda dos drivers de valor específicos do negócio

  • Alinhamento de incentivos com criação de valor duradouro


3. Agilidade com Disciplina


Equilíbrio entre flexibilidade para aproveitar oportunidades e rigor para mitigar riscos:

  • Processos financeiros que permitem decisões rápidas sem comprometer governança

  • Capacidade de pivotar e realocar recursos conforme mudanças no ambiente

  • Disciplina inabalável em fundamentos financeiros mesmo durante crescimento acelerado


4. Transparência e Democratização


Ampliação do acesso a informações financeiras relevantes através da organização:

  • Democratização de dados financeiros para empoderar tomada de decisão

  • Comunicação clara de métricas e objetivos financeiros para todos níveis

  • Desenvolvimento de alfabetização financeira em toda empresa


5. Tecnologia como Multiplicador


Utilização estratégica de tecnologia para amplificar capacidades financeiras:

  • Automação de processos transacionais para liberar tempo para análise estratégica

  • Implementação de analytics avançado para insights preditivos

  • Integração de sistemas para visão unificada e em tempo real


"Na Stone, percebemos que gestão financeira excepcional não é sobre ter o departamento financeiro mais sofisticado, mas sobre criar cultura onde todos pensam e agem com mentalidade financeira estratégica",

compartilha André Street, cofundador da Stone.


O Caminho à Frente: Tendências que Moldarão o Futuro


Olhando para o horizonte, identificamos tendências emergentes que continuarão transformando a gestão financeira para empresas em crescimento:


Inteligência Artificial e Automação Avançada


A próxima fronteira vai além da automação básica:

  • Modelos preditivos que antecipam desafios e oportunidades financeiras

  • Automação cognitiva que aprende e evolui com a organização

  • Democratização de capacidades analíticas avançadas


ESG e Finanças Sustentáveis


Integração de sustentabilidade ao core financeiro:

  • Métricas financeiras expandidas para incluir impacto ambiental e social

  • Acesso a novas fontes de capital vinculadas a práticas sustentáveis

  • Gestão de riscos que incorpora fatores ESG como fundamentais


Descentralização Financeira


Evolução de modelos operacionais:

  • Estruturas financeiras mais distribuídas e embebidas nas unidades de negócio

  • Equilíbrio entre controle centralizado e agilidade descentralizada

  • Novos modelos de governança adaptados a organizações mais fluidas


Dados como Ativo Estratégico


Monetização e gestão estratégica de dados:

  • Reconhecimento formal de dados como ativo no balanço patrimonial

  • Estratégias para monetização direta e indireta de ativos de dados

  • Frameworks para valoração e gestão de ativos intangíveis


"O futuro pertence às organizações que conseguirem transformar gestão financeira de função de suporte em verdadeira vantagem competitiva estratégica",

prevê Pedro Moreira Salles, presidente do conselho do Itaú Unibanco.


Implementação Prática: Por Onde Começar


Para empresas que buscam elevar sua gestão financeira ao próximo nível, recomendamos uma abordagem estruturada em três fases:


Fase 1: Diagnóstico e Alinhamento


Compreensão profunda do estado atual e definição de visão:

  • Avaliação honesta de maturidade financeira atual

  • Identificação de gaps críticos e oportunidades de alto impacto

  • Alinhamento de liderança sobre prioridades e visão financeira


Fase 2: Fundações Robustas


Estabelecimento de bases sólidas para evolução:

  • Implementação de processos financeiros core com excelência

  • Desenvolvimento de capacidades analíticas fundamentais

  • Construção de infraestrutura tecnológica adequada


Fase 3: Transformação Estratégica


Evolução para gestão financeira verdadeiramente estratégica:

  • Integração profunda entre finanças e estratégia

  • Desenvolvimento de capacidades preditivas e prescritivas

  • Criação de cultura financeira em toda organização


"Na Natura, nossa jornada de transformação financeira começou com diagnóstico honesto, seguido por investimento em fundações sólidas, antes de avançarmos para inovações mais sofisticadas. Tentar pular etapas invariavelmente leva a implementações superficiais que não geram valor sustentável",

adverte João Paulo Ferreira, CEO da Natura.


Reflexão Final: O Imperativo da Excelência Financeira


Em ambiente empresarial cada vez mais competitivo e volátil, a excelência em gestão financeira deixou de ser diferencial para se tornar requisito fundamental para sobrevivência e crescimento. As empresas que conseguem transformar finanças de função de suporte em motor estratégico desbloqueiam capacidade única de:

  • Tomar decisões mais rápidas e fundamentadas que concorrentes

  • Alocar recursos escassos para oportunidades de maior impacto

  • Construir resiliência para navegar crises e volatilidade

  • Identificar e capitalizar oportunidades emergentes

  • Atrair capital em condições favoráveis para acelerar crescimento


Como demonstramos ao longo deste guia através de casos reais de empresas brasileiras como Magazine Luiza, Stone, Nubank, XP, Natura e outras, a jornada para gestão financeira transformadora não é simples nem rápida. Requer visão clara, investimento consistente em pessoas e tecnologia, e frequentemente, mudança cultural significativa.


No entanto, como também evidenciamos através de resultados quantificáveis, o retorno deste investimento é extraordinário – não apenas em métricas financeiras tradicionais, mas na capacidade fundamental de transformar visão ambiciosa em realidade tangível.


Em essência, gestão financeira excepcional não é sobre controlar recursos, mas sobre desbloquear potencial. Não é sobre limitar riscos, mas sobre capacitar crescimento sustentável. Não é sobre números em planilhas, mas sobre construir empresas que transformam mercados e criam valor duradouro.


A escolha agora está em suas mãos: continuar tratando finanças como função operacional necessária ou transformá-la em verdadeira vantagem competitiva estratégica que impulsionará seu crescimento nas próximas décadas.



Jociandre Barbosa é palestrante e especialista em vendas e comportamento do cliente, autor de 15 livros sobre vendas, estratégias comerciais, desenvolvimento pessoal e negócios. Atendeu centenas de empresas em todo o Brasil com consultoria para fortalecimento dos canais de vendas. É fundador da Universidade do Sucesso em Vendas (UNISV) e é Host do Palestra de Vendas, um dos maiores canais de vendas do Brasil no Youtube.

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© 2022 Palestrante Motivacional Jociandre Barbosa - Palestras de Motivação e Vendas

 

A palestra Motivacional de Jociandre Barbosa é contratada para eventos variados: Convenção de vendas, treinamento de vendas, encontro de professores, semanas acadêmicas. Milhares de pessoas em todo o Brasil já participaram de uma de suas palestras motivacionais em eventos abertos ou in company promovidos por indústrias, empresas de distribuição e varejo, órgãos públicos e organizações tais como: Sebrae, Senac, Sesi, CDLs, Associações Comerciais e Senai.

 

Sua história de superação pessoal inspira e transforma.                    

 

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